Deveriam ter gravado a cena - apesar de eu tê-la eternizado internamente.
Ignorou completamente as presenças alheias, seus dedos dançavam no instrumento e seus olhos brincavam - numa perseguição pueril - aos movimentos da criança a sua frente: nada mais importava.
A mim: observar.
Cantava, entre risos e olhos cuidadosos - a criança não poderia machucar-se - a tarefa dele era a de ser guardião. Não sei dizer se a voz era melodiosa, mas agradava-me aos ouvidos; o ritmo, a composição, o ato. Mal saberia ele imaginar o quão lindo era o retrato de atmosfera perfeita.
De repente, meus movimentos coincidiram com a valsa tribal e forte, imposta por ele, chegava a perder-me no ritmo do meu próprio corpo, porém respondia prontamente ao chamado de sua voz: era amor.
Lays Silva
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